Não pretendo descrever a Bienal da mesma forma que o escritor italiano Dinomar Buzzati documentou a 10° Bienal de Arte de São Paulo em 1968, mas confesso que fiquei tão admirado quanto o escritor ao me deparar com a arquitetura do Pavilhão Ciccillo Matarazzo concebida pelo arquiteto Niemeyer.
A Trigésima Bienal de Artes de São Paulo com o tema a Iminência das Poéticas tem a participação de 110 artistas e muitas dessas obras relacionadas com a chamada Arte Conceitual com a curadoria de Luís Peres-Oramas.
Segundo Soll Lewitt a “arte é um conceito, e não um objeto material” sendo preciso, desta forma, entender a ideia que molda a obra. E na infinidade de recursos e linguagens a Bienal deste ano teve a proposta principal de confrontar artistas de várias épocas e nacionalidades com artistas contemporâneos para discutir as possíveis rupturas ou continuidades entre as obras. É preciso, então, fazer esta comparação ao muito que já se produziu em arte, ao que foi produzido especialmente para a exposição e àquilo que ainda está por vir.
Destaque, em especial, o grande homenageado Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), que acumulando objetos durante os anos em que ficou internado na Colônia Juliano Moreira, Rio de Janeiro, por ser esquizofrênico-paranoico, criou um universo artístico subjetivo em uma linguagem sensível. Com estes objetos sua produção é considerada uma riqueza sem precedentes e que fizeram do artista um dos grandes mestres da arte brasileira na contemporaneidade. Seus arranjos com tecidos e bordados fazem de sua obra um elo entre as técnicas de bordados das artistas americanas Elaine Reichek e Sheila Hicks. A coleção de objetos de Bispo do Rosário faz um link com a arte presente na instalação da alemã Anna Oppermann (1940-1993) que pela diversidade de objetos, fotos e texto formulados com muito dinamismo e cores faz o espectador refletir sobre questões relativas ao acumulo de pequenos objetos no dia a dia.
Também se destaca a força que a pintura representa nesta 30° Bienal da Arte. Obras do brasileiro Eduardo Berliner com imagens bizarras e repletas de metáforas. O argentino Eduardo Stépia que apresentou telas que utilizam a técnica do carvão, grafite e pastel. No jogo de profusão do preto e do branco e suas tonalidades intermediárias lançadas na tela em explosão com traços finos, grossos ou manchas fazem surgir rostos em meio a névoas e fendas. A sala de Lúcia Laguna com sua abstração formal.
Voltando a Arte Conceitual presente principalmente por montagens de vídeo documentando as obras de Allan Kaprow, Bas Jan Ader , entre outros, que englobam arquivos de happenings e outras experiências desta modalidade artística.
A fotografia também outro elemento importante da Bienal com destaque para Hans Eijkelboom (quem não se identificou com sua tribo e estilo). Alair Gomes com fotos de voyeur masculinas e esportistas anônimos.
A escultura com destaque para a alemã naturalizada na Venezuela Gertrud Goldsmith (Cego) - (1912-1994)
Outras obras de destaque:
Thiago Rocha Pitta com a intervenção que representa um deslizamento de terra de frente para a rampa de acesso do 2° piso.
A instalação de Cadu do Rio de Janeiro: uma obra que remete a nostalgia da infância com um “ferrorama” montado entre copos e garrafas coloridas de vidro com um dispositivo acoplado ao trem que ao passar por entre os vidros provocam sonoridades que levam o espectador a aliviar suas tensões em um momento de relaxamento.
David Moreno dando reverberação a sua criação.
Nicolas Paris impressiona com sua obra Exercício de Resistência.
Nydia Negromonte com uma instalação ecológica em aproveitamento da água utilizada em sua instalação.
E muito mais...
Thiago Rocha Pitta com a intervenção que representa um deslizamento de terra de frente para a rampa de acesso do 2° piso.
A instalação de Cadu do Rio de Janeiro: uma obra que remete a nostalgia da infância com um “ferrorama” montado entre copos e garrafas coloridas de vidro com um dispositivo acoplado ao trem que ao passar por entre os vidros provocam sonoridades que levam o espectador a aliviar suas tensões em um momento de relaxamento.
David Moreno dando reverberação a sua criação.
Nicolas Paris impressiona com sua obra Exercício de Resistência.
Nydia Negromonte com uma instalação ecológica em aproveitamento da água utilizada em sua instalação.
E muito mais...
A Bienal deArte de São Paulo iniciada em 09 de setembro termina no próximo dia 09 de dezembro de 2012. Ainda dá tempo de conferir!
Fonte: Visita pessoal.
Site: www.bienal.org.br
NYDIA NEGROMONTE |
CADU |
EDUARDO STEPIA |
THIAGO ROCHA PITTA |
GERTRUD GOLDSMITH (CEGO) |
POLÊMICA DA LEITURA "OBRIGATÓRIA" NA ARTE CONTEMPORÂNEA |
ALAIR GOMES |
ANNA OPPERMANN - SER DIFERENTE |
ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO |
KIRSTEN PIEROTH |
DAVID MORENO |